Não tem jeito! Sempre que alguém conta que viajou a Amsterdam, 99% das pessoas dão aquele risinho, e já te julgam: Ahhhh, seu maconheiro! hahaha. Mas apesar dessa fama de maconheiro que o turista que vai para Amsterdam leva, a cidade vai muito além disso, e é isso que pretendo mostrar com os próximos posts. Nem só de maconha, cafés esfumaçados e galera chapada vive a cidade. Mas como eu sei que essa é a curiosidade da maioria, vamos falar sobre drogas, pessoal.
A Holanda acredita que descriminalizar algo é torná-lo mais seguro, e na minha opinião, eles estão certo. Mas confesso que é surreal ver isso com os próprios olhos, e quando eu cheguei no hostel e vi a sala de fumantes cheia de gente degustando sua verdinha, deu aquela sensação de “eles estão fazendo algo ilegal”, e dava a impressão que a qualquer momento ia chegar a polícia e levar todo mundo em cana hahaha
Mas essa questão das drogas em Amsterdam não é a loucura que todos pensam. Eu achava que ia estar todo mundo doidão pela rua, mas não. Existem regras para o consumo de drogas: Só é permitido a compra de maconha e haxixe nos coffee shops, desde que não exceda 5 gramas para cada cliente, por dia, e que você apresente seu passaporte. No Red Light District, o bairro das prostitutas nas vitrines, tem muitos traficantes que abordam os turistas oferecendo outras drogas como ectasy e cocaína, e isso é ilegal. E também não pode fumar na rua.
Desde os anos 70, são nos coffee shops que você compra sua cannabis, os famosos “space cake”, os bolinhos de maconha, e todos os artefatos necessários para tornar seu fumo possível e agradável haha. Mas, acreditem se quiser, não tem bebida alcoólica. Talvez eles devam considerar que os graus de “chapamento” de maconha e álcool devam ser excludentes.
Mas se você acha que drinks combinam com fumo, você pode ir a alguns bares que não vendem maconha, mas permitem que você fume a maconha que você já tiver, e então lá sim, você pode fumar e beber. Um exemplo é o The Bulldog Palace, que fica na Leidseplein, um dos pontos de agito noturno da cidade.
Em Amsterdam são mais de 200 estabelecimentos, e em toda Holanda algo em torno de 700 coffee shops. Lá você encontra um cardápio dos diferentes tipos de maconha a sua escolha, onde estará identificado os efeitos, e o THC da droga, que varia entre as mais potentes e as com graduação menor. Também é oferecido tabaco para ser adicionado a erva, seda, cachimbo e vaporizadores para o consumo.
E Glorinha Kalil mandou avisar: a regra de etiqueta é não ficar ocupando mesa num coffee shop se não for consumir nada. Se não quer comprar droga, compre algo que justifique sua permanência no local, um café ou uma água.
Cardápio de maconha e haxixe do Mellow Yellow Coffee Shop:
Mais uma coisa curiosa: Todo ano rola a Copa Cannabis, para eleger o melhor coffee shop da cidade, e para o público eleger a melhor erva. É mole? Haja coração, amigos da rede Globo.
A Holanda já tentou impor uma lei onde apenas os holandeses pudessem consumir a droga, barrando os turistas de entrar nos coffee shops, afinal milhões de estrangeiros vão a Amsterdam com esse intuito e isto estaria causando um desconforto á Holanda pelo excesso de pessoas na cidade e problemas de ordem pública.
Mas essa lei caiu por terra alguns meses depois, e agora cada cidade tem autonomia para aderir ou não a isso. Amsterdam, que temia que essa lei tivesse um efeito negativo no turismo e que a proibição aumentasse o tráfico de rua, optou por continuar a permitir que os turistas frequentem os coffee shops e consumam a maconha, e TACA-LE PAU.
Por último, uma dica: "Coffee Shops" são para fumar maconha. Já os "Koffiehuis", são estabelecimentos para tomar café mesmo, sem nenhuma loucura. E os "Cafes" são na verdade como bares, para tomar um drink, curtir um happy hour. Ufa, que confusão! Agora caso você entre no lugar errado, coma um bolinho da paz por engano, fique doidão e caia em um canal, não vai poder dizer que não foi avisado haha.
Enfim, é isso. Mas quero saber de vocês: O que pensam sobre a descriminalização da maconha? Me contem!
Agora que já falamos sobre drogas e prostituição, nos próximos posts vamos falar sobre a minha visita aos pontos turísticos de Amsterdam com direito a passeio de barquinho pelo canal, o Museu da Heineken, e o tocante Museu da Anne Frank. Até mais loucões!
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