PRAGA


De Munique fui para Praga de busão, porque estava mais em conta do que ir de trem. Eles saem da frente da Estação central, a Hauptbahnhof, e estava uma pechincha: 30 euros. O ônibus saia bem cedo então deixei pra tomar café lá na estação, e comi um panini sensacional num quiosque por lá e um café na Starbucks. Foram 4 horas de viagem até Praga, e o ônibus era super confortável, com direito a chocolate quente, café e água a vonts. A única coisa chata foi um turco do meu lado que não parava de falar,com um inglês que não dava para entender. Fui obrigada a fingir que estava dormindo para ele ficar quieto hahaha.





Assim que cheguei em Praga, fiquei em choque. Confesso que me assustei com a entrada da cidade, tão medieval que parecia até uma cidade-fantasma. 


O ônibus parou em frente a Estação Principal de Praga, (Hlavni Nadrazi) e eu descobri que tinha um brasileiro no ônibus que ia para o mesmo hostel que eu, porém ele ia a pé. Eu estava com uma mala gigantesca e optei pelo metrô. Fui comprar o ticket na maquininha e demorei um tempinho para a entender, e como só aceitava moedas e ninguém quis trocar o dinheiro para mim eu tive que comprar 3 águas pra sobrar o troco certo. Comprei o passe simples de 30 minutos, que era o tempo de chegar no hostel. 


Detalhe muito importante: Depois que comprar seu bilhete de metrô você tem que validá-lo em alguma maquininha amarela que tem pela estação, que irá marcar data e hora no bilhete, senão está sujeito a multa e vergonha pública se um fiscal te pegar. 


O metrô de Praga não tinha escada rolante, e eu sofri muito para subir e descer escadas com a mala pesadíssima para trocar de linha por duas vezes. Nenhuma alma caridosa veio me ajudar, acreditam? Quando sai do metrô e já estava super perto do hostel, eu me perdi. Fiquei rodando em círculos nos quarteirões do lado do hostel e nada de achá-lo. Não achei placas em inglês e por duas vezes, pedi informações para dois tchecos que também não falavam o idioma. 


Enfim, cheguei ao Old Prague Hostel, e incrivelmente, antes do que o brasileiro que veio a pé. Vitória! O atendente era super legalzão, tentou cantar “Ai se eu te pego” e disse que colocaria meu nome quando ele tivesse uma filha (era um xaveco?). Reservei um quarto misto de 12 pessoas, com banheiro coletivo. O quarto era bem apertado, bem diferente do outro em Munique. O que eu gostei foram dos lockers gigantes que dava pra trancar a mala inteira dentro. Todos os hostel tem lockers, que são como armários que você pode trancar suas coisas com um cadeado. Normalmente são lockers pequenos para guardar somente o mais importante, como dinheiro, passaporte e celular, porém esse de Praga cabia a mala toda. 


Cheguei e fiz amizade com dois brasileiros do Rio que estavam no quarto, e que me deram várias dicas sobre a cidade. Fui jantar em um pub do lado do hostel que eles já conheciam. Lugar muito legal, com mais de 300 tipos de cerveja para beber. Curiosidades: Em Praga a cerveja é mais barata que água e lá a galera pode tomar absinto com altíssimo teor de álcool, que em muitos países não é permitido. Também pode-se fumar dentro de qualquer ambiente.


No dia seguinte, fui andar pela Old Town Square, a Praça da Cidade Velha, pertinho do hostel, onde tem o famoso relógio astronômico, construído em 1410 (sim, antigo pra burro) montado na parede da Prefeitura Municipal da Cidade Velha.







O coitadinho do relógio foi bombardeado na 2ª Guerra Mundial mais alguém muito inteligente conseguiu restaurar a máquina original, e agora ele continua lindo e imponente lá na Praça. A cada troca de hora sai uns bonequinhos do relógio representando os apóstolos, e isso eu achei meio sinistro.








A Praça Velha é lindíssimaaaa! Foi nela que eu tive as duas primeiras emoções em Praga: de um lado, um grupinho de artistas de rua tocando música medieval com gaita de fole, do outro um cara cantando minha música preferida do Elvis: My Way. Sim, eu chorei.










Desta praça saem os free tours, os trenzinhos que circulam pela cidade e levam até o castelo e as carruagens. Queria brincar de ser princesa e fazer o passeio de carruagem, mas custava 800 coroas, uns 80 reais, aí achei caro e desisti. 



        



Já era tarde e eu estava desesperada para almoçar. Gente, eu sou a louca do “arroz e feijão”, sério. Aqui não consigo passar mais que dois dias sem, e eu precisava comer comida brasileira. Procurei no Google e achei um restaurante brasileiro perto da Old Town Square, aí fui procurar. Não vou nem colocar o nome do restaurante aqui, porque odiei e não quero recomendar. O lugar era lindo, estava tocando MPB e eu me animei. Era self service e você podia pedir porção de arroz e feijão, separadas. O self service tinha tudo menos cara de Brasil, até ostra tinha pra se servir, ecaaa! O feijão e o arroz vieram duros, frios e horríveis, e o preço foi caro!!!! E volta o cão arrependido.... 


Depois da decepção, tomei um café num lugarzinho super fofo na Old Town Square, e como estava morrendo de gripe, decidi voltar pro hostel para descansar um pouco e arrumar minhas coisas. 


A noite mais uma tristeza gastronômica. Fui provar o prato típico de Praga, o goulash, num restaurante perto do hostel. Eram pedacinhos de carne com um molho escuro muito ruim, acompanhado de pão. Ecaaa² A carne era totalmente estranha.  Não sei se o goulash é ruim por si só, ou se era o restaurante. De qualquer forma, não tentei descobrir. 


Eu não tirei foto do prato, mas peguei essa do google para vocês babarem (ou não) pelo Beef Goulash:

          



No dia seguinte eu fiz o free tour da SANDEMANs pela cidade e foi bem legal. O guia nos levou pra almoçar numa lanchonete que serviam mexican fast food, muito boa. Na segunda parte do tour, eu queria usar o banheiro e achei que dava tempo de usar um daqueles químicos, que tinha na praça, até que o guia terminasse de falar. Fui usar e fiquei trancada por tempo suficiente para me perder do grupo, que sequer notou minha falta, e foi embora hahaha 




Já que estava sozinha e abandonada (que dó!) peguei um trenzinho que deu um rolê pela cidade e desci no Castelo de Praga, o maior do mundo. Lindo! 

            
      O trenzinho que eu peguei me deixando na porta do Castelo


Passei também pela Rua do Ouro, apertadinha, com casinhas bem pequenas, onde moravam os ourives e os operários do Castelo. E onde, diz a lenda, moravam os alquimistas, os doidões que tentavam transformar metais em ouro a mando do imperador Rodolfo II. Foi nessa rua que Franz Kafka também morou por certo tempo. 


Encerrei a noite com uma macarronada a bolonhesa, que estava bem boa! Até que enfim, só tinha passado fome em Praga! Eu tenho uma exigência doida sobre macarrão que eu queria dividir com vocês: Eu vivo em uma busca eterna pela macarronada perfeita, então onde eu vou eu provo uma. Nenhum macarrão nunca foi bom o bastante para mim, nunca me satisfez enquanto mulher hahaha. Continuo a procura, mas aquele entrou para os meus favoritos, só perdendo para um que comi em Paris.










Mas o melhor ainda estava por vir. O que realmente entrou pro TOP FIVE da minha vida, foi minha última noite em Praga, que foi simplesmente sensacional!Conto no próximo post ;)

2 comentários:

  1. Eu acho que algum brasileiro sacana deve ter dito pro atendente do hostel que cantar "ai se eu te pego" pras meninas brasileiras era uma cantada infalível...
    E anotada a sugestão: Quando em Praga, procure macarrão! :)

    Parabéns pelo blog, tô adorando sua viagem, anotando as dicas e rindo com a maneira divertida como você escreve...^^

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    1. Cléber, primeiro de tudo: obrigada pelo comentário!!!
      hahahaha Sim, "Ai se eu te pego" era a dica de sedução pra pegar gatas na Europa...não funcionou comigo pois pra mim cantada boa só se fosse o "Tcherere Gustavo Lima e vc" hahaha :))

      Procure macarrão, em todo lugar que for, essa é a receita pra ser feliz! :D

      Valeu mesmo! Fico muito feliz que vc esteja curtindo! Grandee abraço!

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