ROLEZINHO HISTÓRICO EM BERLIM

E chovia. Eu acordei meio tarde e tomei um café da manhã delicinha, que no Circus Hostel é pago a parte, por 5 euros, mas que vale super a pena. Peguei o metrô, e vamos as explicações de como funciona na Alemanha: Você compra o ticket mas não precisa passar em nenhuma catraca, nem mostrar para ninguém. PASMEM! Eu não tenho certeza se é só lá que funciona dessa forma, só sei que na Alemanha é assim. Existe a confiança de que você irá comprar o bilhete e validá-lo, independente de não ter que apresentar em lugar nenhum, pelo simples fato que é errado andar de metrô sem pagar, nééé gente?! Essa é a confiança do primeiro mundo na rapaziada. 

Mas se você for dar uma de espertão e quiser dar um gato pegando o metrô sem comprar o ticket você pode ser surpreendido pelo o que eu nomeei como “Esquadrão Alemão de Fiscalização de Delinquentes Safadenhos”. De vez em quando entra um fiscal no vagão, e você corre o risco dele pedir seu ticket, e se você não tiver, BANG! Paga uma multa, se não me engano de 40 euros (Mais de 120 reais) e vai passar MUITA vergonha com um sermão em alemão.

Desci na estação Bradenburg Tor, portando meu ticket, claro, porque eu tenho muito caráter haha. Na frente do Portão de Bradenburgo, começou a chover de novo e eu tive que correr para comprar um guarda-chuva, antes de pegar uma pneumonia, ou pior, ficar com o cabelo zuado haha. 


OH, MEIN GOTT (Meu Deus, em alemão), o Portão é muito lindo! Na frente, mais lindos ainda, estavam dois rapazes com os uniformes da Segunda Guerra, para tirarem fotos. Quando eu falei da onde era, além de ganhar uma bitoca na bochecha, eles cantaram o Hino Nacional do Brasil, mais conhecido como “Ai, se eu te pego”, do compositor Michel Télo hahaha. Também houve uma tentativa de sambar. 


Do lado do Portão, não menos importante, fica o hotel em que o Michael Jackson chacoalhou seu filho na sacada, lembram? Um dia histórico em Berlim haha!


Apesar do tempo de nhaca, eu decidi fazer o free tour mesmo assim, porque eu sou macho pra caramba e não é uma chuva que vai me impedir de ser feliz (ahaaam). O guia era muito legal, e nos contou a história do Portão, que antes representava a Alemanha dividida, e hoje é o símbolo da unidade alemã.



Atrás, estava tendo um show de uma banda alemã, que eu até fiquei com vontade de prestigiar, mas a vontade de aprender história me motivou mais hahaha. Passamos por onde havia o muro de Berlim, e eu quis colocar um pé de cada lado, só por diversão, vai...e porque sou boba mesmo ;)

 

A uma quadra dali, está o Memorial do Holocausto, dedicado aos 6 milhões de judeus mortos durante o regime nazista. São grandes blocos de concreto, idealizados pelo arquiteto americano Peter Eisenman, e segundo ele o Memorial foi feito dessa forma “para produzir uma atmosfera confusa e intranquila, e toda a escultura visa representar um sistema supostamente ordenado que perdeu o contato com a razão humana”. 



A poucos metros dali, paramos em um mercadinho e quem quisesse podia comprar petiscos, ou até garrafinhas de champagne que o guia indicou, para um pequeno pic nic no bunker do Hitler. Lá era um abrigo subterrâneo, onde ele passou seus últimos dias, até que, em 30 de abril de 1945, ele e sua esposa Eva Braun, se suicidaram. O bunker foi demolido, e hoje é um estacionamento com alguns banquinhos. O que Hitler pensaria se soubesse que hoje tem um parquinho onde era seu bunker? Aposto que o Sr. Bigodinho ia ficar #boladão. 

O lugar poderia passar despercebido se não fosse por um painel informativo, colocado em 2006, que indica que o bunker ficava ali. Parece que o local ficou assim meio sem relevância, porque os alemães não queriam que pessoas favoráveis ao nazismo ficassem cultuando o lugar e a memória de Hitler.



Depois passamos em uma parte do muro que ainda está inteiro, e no Checkpoint Charlie, um posto militar na fronteira entre a Berlim Ocidental e Oriental durante a Guerra Fria, que servia como um ponto de controle para registrar a passagem de membros das Forças Aliadas entre os dois lados da capital alemã. 



Por último, passamos pela Universidade Humboldt de Berlim, onde estudaram pessoas poucos relevantes para a história do mundo, só uns caras aí chamados Einstein, Hegel, Schopenhauer, Friedrich Engels e Marx. Em 1933, livros de grandes autores, que eram considerados como opositores ao regime nazista foram retirados da Universidade e queimados na Opernplatz (Praça da Ópera). Os estudantes acreditavam que a literatura da Alemanha deveria ser limpada, ser livrada de qualquer idéia que pudesse vir daqueles livros, e que alienariam os alemães. Aô, idéia de jirico! 

Já estava escurecendo quando o tour acabou, e ao final você paga o que acha que vale o passeio. Terminado o tour, eu não fazia idéia de onde estava. Aí comecei a andar na direção que o guia apontou, com a esperança de achar o metrô e voltar para “casa”. Andei por uma hora, até que encontrei o metrô na Alexanderplatz, bem próximo a Torre de TV, que dá para subir e ver Berlim inteira de cima (conto nos próximos capítulos). 

No hostel, rolou a noite do Karaokê, no bar que tem embaixo do albergue, e foi bem divertido, pois eu fiz amizade com uma colombiana e o seu irmão e a gente dominou o karaokê (não que cantássemos bem, mas não demos chance pra ninguém tirar nosso microfone haha).

No próximo post conto sobre o dia seguinte, em que visitei o Campo de Concentração de Sachsenhausen, que fica próximo a Berlim, e fiz uma amiga brasileira que me acompanhou até Amsterdam. E também sobre a alegria quando descobri que estava rolando uma Mini Oktoberfest no centro de Berlim.  

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