BERLIM, CHEGUEI E TROUXE CHUVA!

Como ia de Praga a Berlim de bus, no dia anterior da viagem , eu muito precavida que sou, fui checar onde ficava a Estação Florenc, pois meu ônibus saia bem cedo e eu não queria ficar locona e perdida por Praga de madruga a procura da Estação. Não achei muita informação na net sobre ela, e nem no hostel eles souberam me informar. Fui meio no rumo, peguei o metrô, troquei de linhas umas três vezes, e quando sai estava relativamente próxima da Estação. Aí de novo, eu rodei, rodei e não achava a bendita e nenhum tcheco me dava informação. 



Sentei num banco de praça, já cabisbaixa, e eis que senta um senhor do meu lado e pergunta alguma coisa em tcheco (espero que não tenha sido uma cantada sensual). Como eu não entendi nada, respondi que só falava inglês e perguntei sobre a “Florenc Station”. Incrivelmente ele entendeu, e me explicou com mímica e um pouco de inglês ruim, um “turn right, and then left” e bingo! Pude descansar meu coraçãozinho, com a certeza que eu ia conseguir pegar o busão no dia seguinte.


Cheguei na estação umas 5 da matina, toda pimpona, e o ônibus saia as 7 horas. Sim, eu sou precavida e eu sou muito, mais muito antecipada haha. Como diria Cid Moreira: “O seguro morreu de velho” (não foi ele que disse isso, mas gosto de imaginar essa frase na voz dele hahaha).

A estação é pequenininha e não tinha muito o que fazer. Entre “ler” revistas em tcheco e ficar comendo, eu escolhi encher o bucho. Eu estava milionária de moedas tchecas, e como elas não iam me servir de nada na Alemanha, resolvi pirar e gastá-las loucamente. Devo ter me abastecido com umas quatro garrafas de água, um suco estranho, um iogurte, uns dois paninis e um donuts, uns biscotinhos para a viagem e lembrancinhas. 
E foi no primeiro raio de sol, quando ele, imponente, nasceu no horizonte, que eu me despedi de Praga. Poético, não. Na verdade foi quando amanheceu e o busão chegou mesmo hahaha. O bus era da Agency Student, (http://www.studentagencybus.com/) e também custou muito barato, uns 27 euros, e jovens abaixo de 26 anos, tem 10% de desconto. Ahhh, os benefícios da jovialidade. A viagem durou 5 horas e foi agradável porque um mocinho bonito sentou do meu lado. Rá! 

Quero deixar aqui registrado uma coisa que me deixou Barbie na caixa: pegamos um pouco de trânsito na pista, quase chegando em Berlim, e não é que apareceu no mostrador do ônibus que devido ao congestionamento nossa chegada ia se atrasar em 23 minutos e 43 segundos? E foi exatamente o tempo que levou, na contagem regressiva do painel! Como isso, produção?

Cheguei na estação de Berlim, e tive que sucumbir ao táxi. Estava chovendo muito, e o metrô ficava um pouquinho longe. Peguei um taxista muito legalzão, que veio me falando de todos os pontos turísticos da cidade e me deu um mapinha. Até aí, tudo muito bom, tudo muito bem. 

Não lembro quanto ele cobrou na corrida, só sei que quando eu dei o dinheiro ele não me devolveu o troco, e falou alguma coisa no sentido de “Vamos arrendondar a corrida, pode ser? E ah, você me dá mais 10 euros pelo mapa”. Na hora, eu muito da bocó de mola, fiquei sem entender direito e acabei dando mais 10 euros, já que não ia bater boca nem quebrar o barraco, porque sou phyna.

A rua do hostel não passava carro, e ele me deixou meio longe, apontou mais ou menos para eu saber onde era. Que ódio! Desci com muita raiva de mim mesma,na chuva, maldizendo o taxista, e me molhei toda até chegar no hostel.

Fiquei no Circus Hostel (http://www.circus-berlin.de/), e eu achei o albergue bem bacana e bem estruturado. Mas ele não é tão curtição, quanto aparenta ser pelo site. Mais pra frente, explico. Quando cheguei eles me deram um cartão que acionava o elevador para chegar no meu andar. Depois precisava do cartão para acessar a porta dos corredores dos quartos daquele andar, e por último você precisava do cartão para acessar a porta. Achei esse esquema bem seguro. Só ferrou a noite que eu fui tomar banho e percebi que tinha esquecido o cartão do quarto. Fiquei de pijama no corredor esperando alguém do mesmo quarto aparecer para passar o cartão para mim hahaha. Outra sacada boa do hostel: cada cama tinha luz individual e dentro do locker havia tomada. Ou seja, você poderia deixar seu celular carregando, trancadinho dentro do locker, e largar lá, sem ter que ficar de zóião, vigiando possíveis gatunos que poderiam me roubar.

Depois de superar o golpe do taxista, me instalar no hostel, me secar da chuva e domar os cabelos rebeldes, resolvi dar uma volta nas redondezas, e me deparei  com isso:



E essa fachada incrível, com o contraste entre o prédio velho, que sobreviveu a guerra, e o prédio novo.


A noite achei um restaurante sensacional de comida italiana para jantar na rua do hostel, o Vino i Libri (http://vinoelibri.de/). Lá você pode pegar qualquer livro exposto da prateleira, ficar lendo de boa com uma taça de vinho, ao som de piano. Ahh,aí eu vejo vida! O dono só falava italiano e alemão, mas a gente se entendeu. Comi um macarrão muito bom, com molho de legumes, que estava ó, sensa! Honesto ou não?

                Foto extraída do site:http://vinoelibri.de/

Fui dormir bem feliz porque sabia que teria muito o que explorar no dia seguinte, fizesse chuva ou sol. E adivinha? 

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