AMSTERDAM, SUA LOUCA


De Berlim a Amsterdam eu fui de trem, a melhor escolha que poderia ter feito. São 06 horas de viagem, com uma parada no meio, para trocar de trem. Minha amiga, que também estava indo para Amsterdam, ia de avião no mesmo dia e combinamos de nos encontrar a noite por lá.

Site para comprar passagens de trem na Europa: http://www.raileurope.com.br/

Quando cheguei a Hauphbanhof, estação central de trem, fiquei embasbacada, porque é maravilhosa. Mas também foi onde eu passei o maior medo em viagens. Vamos lá. Na minha passagem estava marcada a plataforma que o trem ia sair. Ok! Eu achei a plataforma, e estava lá bem antes do horário da viagem! Mas da mesma plataforma foram chegando outros trens sem parar, sem NENHUMA indicação para onde estavam indo. Aí bateu o desespero! Como eu iria saber qual trem era o meu? Ele parava e o povo entrava rapidão. Ninguém checava as passagens, que só são conferidas no meio da viagem por um fiscal que vai passando de poltrona em poltrona.

Que medo de pegar o trem errado e ir parar, sei lá, na Sérvia ou na Bósnia e Herzegovina. Quando faltavam 10 minutos, chegou um trem e eu perguntei para uma mulher que ia subir, para onde ele ia. Ela estava apressada, não falava inglês, e eu só entendi a palavra “Switzerland" (Suíça). Esperei. Logo chegou outro, e eu fui perguntar para um guarda (lindo) que estava por ali. Ele simplesmente me disse: " Faltam 3 minutos para o seu trem. Ele vai chegar exatamente na hora, então você saberá que é o seu". Beleza então, Sr. Bonitão do Primeiro Mundo, vou esperar.

E exatamente às 10 horas, o meu trem chegou lá. Eu entrei, com muito medo e dificuldade com uma mala gigante que ninguém me ajudava a erguer. Sentei, e torci para estar indo para o lugar certo. Depois de uma hora, passou o fiscal que checou minha passagem, não disse nada, então aí sim, fiquei de boa. 

A paisagem é linda! Passei por cidadezinhas fofas, e fiquei tentada a descer, me casar com um alemão e morar ali para sempre. Em três horas de viagem, desci em outra estação, em que estava marcada a minha troca de trem. Essa estação era pequenininha, então não passei medo e peguei o segundo trem. 

As 17 horas cheguei em Amsterdam, e quando sai da estação não consegui segurar e soltei um “CARACAAAA, MULEQUE” bem alto. A cidade é incrível, e foi paixão a primeira vista quando vi os canais, com os enxames de bicicletas pra lá e pra cá.


Estação Central, por onde cheguei de trem a Amsterdam




Da Centraal Station eram 5 minutos a pé até o hostel, e no caminho fiquei em choque em como aquela cidade é uma bagunça organizada. São muitas lojas psicodélicas que vendem as coisas das maconhas, dos cogumelos e dos alucinógenos e claro, os famosos coffee shops, que você pode fumar a sua verdinha, na paz de Jah. Muito cuidado ao ficar encantada com essas lojas, e ser atropelado pelas bikes malucas, que ficam buzinando para você sair da frente a todo momento. Todo dia eu quase era atropelada por uma bike, na verdade haha.E esses canais? Um charme a parte.




E eis que chego  ao mais louco de todos os hostels, o Flying Pig Downtown Hostel. Em Amsterdam, tem mais dois hostels da mesma rede, mas o Downtown me chamou mais atenção pela excelente localização e por ser o mais animado de todos. Quando entrei ele estava bombando de gente. Mesa de sinuca e bar logo na entrada, tudo com pouca iluminação e música alta e uma sala para fumantes, cheia de poltronas, sofás e pufs para você degustar seu fuminho de cannabis ou haxixe a vontis. Surreal!A pegada do hostel é bem jovem, e se você se irrita com bagunça, não recomendo.

Quando subi para o quarto, decepção. Sim, o quarto não era bom, muito apertado e estava um caos. Peguei um quarto compartilhado misto, com pessoas muito bagunceiras e tinha pilhas e mais pilhas de roupas no chão que eu deveria desbravar se quisesse chegar a minha cama. Um rapaz australiano, pediu desculpas e tentou recolher suas roupas para eu conseguir me ajeitar. Esse foi o único ponto negativo! E esse hostel ainda oferece quartos para 32 pessoas, que loucura, não gente!!!Se fosse me hospedar lá de novo, pegaria um quarto privativo, sem dúvidas, porque a vibe do hostel é demais. 


Nenhum sinal da chegada da minha amiga, e eu fui explorar as redondezas. Fui comer em um restaurante árabe, horrível. Larguei toda a comida no prato, porque não rolava. Os restaurantes ali por perto não pareciam nada legais, e realmente não eram. Tive outra decepção no dia seguinte, conto para vocês depois (envolve sujeira e insetos).

Voltei, e comi uma pizza no hostel mesmo, tomei banho e ela deu sinal de vida. Todo o trâmite dela de aeroporto-avião-check in no hotel tinha demorado muito. Por isso, disse lá no começo que minha melhor escolha foi ter vindo de trem mesmo.

No hostel, eles estavam sugerindo o Pub Crawl aquela noite, que é um rolezinho com uma galera que marca de se encontrar, e que passa em alguns pubs da região, alguns deles com DJ, bem legal. O que mais chamou atenção foi que o rolê seria no Red Light District. Sim, o bairro das garotas de programa nas vitrines. 

Achei que super valeria a pena, pois eu queria muito conhecer o bairro a noite, mas estava com medo do que eu ia encontrar por lá, se era perigoso e tals, pois na minha cabeça o bairro era tipo uma cracolândia, só que com mamilos expostos hahaha. Minha amiga me encontrou no hostel e fomos com o pessoal. Esse bairro merece um post só para ele, porque foi a coisa mais louca que eu vi em Amsterdam (e talvez na vida). Conto no próximo capitulo da cidade mais doidona e legal do mundo!

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