terça-feira, 20 de janeiro de 2015

PRIMAVERA


Menos que tudo, nada mais que nada
O ar quente parado
Anuncia que é chegada a primavera
Primavera de que?
Talvez não da alma aprisionada no eterno outono.
Mais um agosto vencido,
Vendido às traças que comeram o porvir
Eternamente procrastinado.
Metas e planos. Tentativas e erros passados
Parados no limiar do não concreto.
Mas uma voz insistente
Me chama do desatino,
O tempo suficiente para o murmurar sobre algo que não compreendo.
O real é o que me cerca, ou o que me consome?
Não sei, nem saberei.
Volto meu esforço pra voz irritante a minha volta.
Que grita que o mundo existe.
Mas a escolha preza o universo dos sonhos mudos.

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